A vida de gente pobre padece, não tem artura A vida de gente rico, arregala e tem fartura O rico levanta cedo, toma café com mistura O pobre bebe garapa, quage sempre sem doçura A sobremesa do rico: Marmelada e rapadura O doce de gente pobre: Miolo de abóbra madura A ropa de gente rico: Fazenda boa que dura O trapo de gente pobre é só remendo e costura
Carçado de gente rico, pincha fora nem num fura Carcanhá de gente pobre tem valo de rachadura Gente rico fica doente vem logo doutor e cura Quando o pobre fica doente o remédio é sepurtura Cavalo de gente rico tem passo e tem andadura A égua de gente pobre é calombo e pisadura O rico qué cumê pêxe no mercado ele percura O pobre garra na vara e sai prá noite escura
Na sala de gente rico tem retrato e tem figura Na sala de gente pobre catinga ninguém atura A perna de moça rica é bonita e tem grossura Cambito de moça pobre perde inté prá saracura Na boca de gente rico é oro na dentadura A boca de gente pobre é fechada noite escura Quando gente pobre morre vai gozar lá nasrtura O rico vai para os quinto fervêno na fervedura
Compositor: Airo Garcia Barcelos (Airo) ECAD: Obra #856796 Fonograma #1100046