Minha Vida
1976 o ano que eu nasci,Jaçanã bate caverna no mundão,
apareci
10 horas da manhã, em plena Terça-feira, na sala da
casa minha mãe e a parteira
O homem do bar que correu pra ajudar, na hora h pediu
pro Deda corre vai um carro buscar
Deda sai desesperado, atravessa o jáçanã, sentido Vila
Sapo
Chama um taxi, não agüenta chama o outro, o tempo tá
correndo, todo mundo nervoso
A minha mãe a gritar, sangue sem parar, rompeu a bolsa
e o carro nada de chegar
O que fazer, o que falar, ninguém era médico não podia
tocar
Finalmente chega a ambulância levam lá pro São Luiz,
ela feliz, toda feliz, ela diz
O seu nome vai ser Alessandro, ela contente, no banco
da frente, minha Vó chorando
Passa dias, passa horas, passa anos, e eu com 2 anos
no jáçanã morando
O desespero do choro, a solidão, despejada da casa,
dormindo no chão do lixão
Encima de nós um fio de alta tensão, não tinha luz, o
medo da escuridão
Passa dias vou lembrando, passa horas vou lembrando
Muita gente me conhece como Lakers e pá, mas meu nome
é Alessandro
Amaro recebia o dinheiro da minha Vó, curtia as
baladas mas não andava só
Se mostrava pras mulheres, minha mãe dentro de casa,
torrava o dinheiro e o aluguel não pagava
Dormia num cômodo sujo, mal cheiro, rato, cobra,
barata, morcego, o medo
Nós morando no lixão, ele no bar, curtia o bilhar,
visitar nem pensar
O nome do meu pai se encontra no meu registro, tá no
RG, mas nunca andou comigo
A minha mãe, mô guerreira sofredora, minha Vó, sem
palavras, meu amor de pessoa
Vó você sabe o que é ver o neto bem, chamava o Bola de
Panche e eu de Sandilei
Na fila do hospital o alicerce trincou, o Enfarto
atacou, o coração parou
Um choque pra família magoou bola pra frente, de tempo
ao tempo que a Deus pertence
Tio Negão, Baú, Deda, Tio Fred, Rocha, Eusani, Tia
Eliete
Família Rocha, duro como pedra, tudo acontece mas
nunca amarela
Passa dias vou lembrando, passa horas vou lembrando
Muita gente me conhece como Lakers e pá, mas meu nome
é Alessandro
Só pra ver adrenalina mil volts, tocava nos bailes da
vida, toda noite
Quantos role curtia eu e o Fred com a cumbica marron,
chevete 77
Sentido Santana ele e o surdão, mexe com ele mas meu
sobrinho não
Como faz falta, me lembro de grandes momentos
A vida vem fazendo história fica no meu pensamento
Pai como Amaro nunca prestou, eu tive um padrasto que
me deu valor, Lázaro
Me deu o do bom e o do melhor, o mais importante,
nunca deixou minha mãe só
Tivemos momentos difíceis, não tinha casa pra morar
O cair é do Homem mas o levantar é de Deus
Graças a Deus eu sou feliz, porque tenho meus filhos,
tenho netos ao meu lado
Esse é o meu filho, lutou, lutou e conseguiu
Amo o Lakers que é o meu filho e o Bola também
Obrigado Senhor Jesus por tudo que o Senhor fizeste
Passa dias vou lembrando, passa horas vou lembrando
Muita gente me conhece como Lakers e pá, mas meu nome
é Alessandro
Composição: Codigo Fatal