O princípio transformado, conservado no olhar vazio Ausente estado Essa voz de vida própria que é tornar o meu silêncio em manifestação Um belo tempo contemplado na breve pausa da continuação O calado entendimento da entrelinha da solidão
Foi me deixar levar A minha natureza mórbida sublime arremessou a poeira dos costumes habituais Premeditar o definitivo eu é encontrar o momentâneo que deve se mudar em si
A tua ausência foi lacrada na parede descascada da sala de estar Ali, pousado olhar O meu pesar traduzido no peso da tinta na tela em branco Em cores sobrando além da moldura Minha figura estarrecida em azul Parece não acreditar em nada mais além da brusca pincelada A métrica torta irremediável pousada em seu tolo amar Teimoso esperar o que convém, mas não vem
Não vence a hipnose do tal canto da casa em que dorme o limite do amor com o seu fim A absurda hipótese em esquecer e prevalecer sobre o pintor desolado ao chão de cor.