Naquela tapera velha que o tempo já distroçou Morou Zé Dunga um pretinho valente, trabalhador Foi o maior violeiro que Deus no mundo botou Sua viola parecia um passarinho cantador...
Trabalhava o dia inteiro feliz sem se lastimar Mas quando a lua formosa no céu pegava a brilhar Toda gente arrudiava pra ver o preto cantar Sua viola de pinho fazia as pedra chorar...
Acontece que a Carolina cabocla espiríto de cão Bonita como a sereia, mas que mulher tentação Pra judiar do pretinho fingiu lhe ter afeição Querendo que nem criança brincar com seu coração...
Coração de violeiro não é como outro qualquer É frágil que nem as pétlas de um mimoso mal-me-quer Que cai com o vento das asas do beija-flor do Tié Perde a vida quando abeia vem pra lhe roubar o mel...
Por isso o pobre Zé Dunga magoado pela traição Não podendo mais guentar no peito a grande paixão Agarrado na viola e debruçado no chão Foi encontrado com um punhal cravado no coração...
Compositores: Delamare de Abreu (Ranchinho Ii), Murilo Alvarenga (Alvarenga) ECAD: Obra #2150041 Fonograma #1236765