Enquanto um menino engraxava o sapato De um passageiro na rodoviária Foi interrogado por aquele homem E ele contou sua vida precária Eu não tenho mãe, nem conheço meu pai Eu vivo no mundo quase sem guarida Com uma família moro de favor E aqui nessa praça derramo o suor Pra poder pagar um prato de comida
Dizem que mamãe era muito bonita E com um boiadeiro ela se casou Porém pouco tempo depois de casada Aquela união o destino cortou O marido dela, homem sem juízo Se apaixonou por uma mocinha E desfez o lar sem pensar no futuro Pois aquele homem de coração duro Deixou a esposa no mundo sozinha
Sobrecarregada de desilusão Ela foi viver longe dos parentes Levando no peito coração magoado E um filho que estava gerando no ventre E aos nove meses na maternidade Ela me deixou e foi com Jesus Pois infelizmente não nos conhecemos Após alguns anos eu fiquei sabendo Que mamãe morreu ao me dar a luz
A ao terminar aquela história O rosto do homem banhou-se de pranto Abraçou o garoto e assim foi dizendo Perdoe menino, seu pai errou tanto Somente agora que fiquei sabendo Que minha esposa há tempo morreu Nesta hora tomba todo meu orgulho O tal boiadeiro de coração duro Oh! filho querido saibas que sou eu
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositores: Aparecido Donizetti Feiria (Donny Feiria), Joaquim Antonio Mendes Neto ECAD: Obra #168160 Fonograma #1122335