Craveiro e Cravinho

O Engraxate

Craveiro e Cravinho


Enquanto um menino engraxava o sapato
De um passageiro na rodoviária
Foi interrogado por aquele homem
E ele contou sua vida precária
Eu não tenho mãe, nem conheço meu pai
Eu vivo no mundo quase sem guarida
Com uma família moro de favor
E aqui nessa praça derramo o suor
Pra poder pagar um prato de comida

Dizem que mamãe era muito bonita
E com um boiadeiro ela se casou
Porém pouco tempo depois de casada
Aquela união o destino cortou
O marido dela, homem sem juízo
Se apaixonou por uma mocinha
E desfez o lar sem pensar no futuro
Pois aquele homem de coração duro
Deixou a esposa no mundo sozinha

Sobrecarregada de desilusão
Ela foi viver longe dos parentes
Levando no peito coração magoado
E um filho que estava gerando no ventre
E aos nove meses na maternidade
Ela me deixou e foi com Jesus
Pois infelizmente não nos conhecemos
Após alguns anos eu fiquei sabendo
Que mamãe morreu ao me dar a luz

A ao terminar aquela história
O rosto do homem banhou-se de pranto
Abraçou o garoto e assim foi dizendo
Perdoe menino, seu pai errou tanto
Somente agora que fiquei sabendo
Que minha esposa há tempo morreu
Nesta hora tomba todo meu orgulho
O tal boiadeiro de coração duro
Oh! filho querido saibas que sou eu

(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)

Compositores: Aparecido Donizetti Feiria (Donny Feiria), Joaquim Antonio Mendes Neto
ECAD: Obra #168160 Fonograma #1122335

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