Conheci um rapazinho, honrado e trabalhador Foi nascido e foi criado numa vila do interior Veio para a capital estudar pra ser doutor Levado por maus amigos deu um grande jogador Deixando o estudo e o trabalho com as cartas do baralho Ganhou riqueza e valor
Casou com uma moça rica redobrou sua alegria Na sua rica mansão felicidade existia Dominado pelo vício toda noite ele saía No cassino onde jogava só ganhava e não perdia Enquanto o tempo passava sua riqueza aumentava Do jogo não desistia
Mas tudo que vem no mundo traz sua sina marcada Numa noite ele jogou sua última parada Se perdia uma partida a outra era dobrada Foi jogando e foi perdendo chegou a ficar sem nada Numa última defesa, pois a aliança na mesa Jogou a mulher amada
Sua esposa quando soube o que tinha acontecido Pra não se entregar a outro que não era seu marido Foi se embora pelo mundo com o coração ferido Quem ganhou não leva ela, mas o lar foi destruído O jogador em desespero sem mulher e sem dinheiro Transformou-se num perdido
Aquela rica mansão era igual um céu aberto Hoje está tão solitária só tem tristeza por perto O jogo dá e também tira é um ditado muito certo Aos amigos do baralho nesses versos eu alerto Que ninguém é invencível parece que por incrível Sempre tem um mais esperto
Compositores: Francisco Gottardi (Sulino), Quintino Elizeu ECAD: Obra #20681 Fonograma #662494