Comprei uma mata virgem do coronel Bento Lira Fiz um rancho de barrote amarrei com cipó cambira Fiz na beira da lagoa só para pescar traira Eu não me incomodo se me chamam de caipira No lugar que o índio canta muita gente admira.
Canoa fiz de paineira varejão de guaiovira A baeta pesa uma arrouba dois remos de sucupira Se jogo a tarrafa n´água, sozinho um homem não tira Capivara é bicho arisco quando cai na minha mira Puxo o arco e jogo a flecha, lá no barranco revira
Eu sou grande pescador também gosto de catira Quando eu entro num pagode não tem quem não se admira No repique da viola contente o povo delira Se a tristeza esta na festa eu chego ela se retirqa Bato palmas e bato o pé que até as moças suspiram
Muito gente não conhece o cantar da curruira Nem sabe o gosto que tem a pinga com sucupira Morando lá na cidade não se come cambuquira É por isso que eu gosto do sistema do caipira Pode até ficar de fogo ele não conta mentira
Compositores: Adauto Ezequiel (Carreirinho), Antonio Borges de Alvarenga (Cacique) ECAD: Obra #22771 Fonograma #1120749