Sempre foi do mesmo jeito, antes mesmo do serviço Sem fugir do compromisso, os dois se iam ao tranco Eu guri num baio branco, tio João na mesma lubuna Destino serro da tuna, lugar mais alto do campo
No alto dum campo aberto, onde tio João apeava E calmamente sacava um sombrero envelhecido E assim de? braço estendido? fazia sua oração Num gesto de gratidão, mas eu não via sentido
Não podia compreender o ritual que ele seguia Nem como me convencia nos invernos tão gelados Mas como diz o ditado todo anjo é uma criança Talvez por isso a importância de me levar ao seu lado
Teria ele pecados, que ninguém mais conhecia? Ou simplesmente alegria, de estar mais perto de Deus? Ou talvez preces pros seus, que lhe negaram importância? Quem sabe orava pra estância, lugar que sempre viveu
Por fim um dia entendi... num desses brilhos que vem Que o importante é estar bem, cada um tem sua razão Pois aprendi com tio João que mesmo livre ao relento Quem liberta os sentimentos... tem mais Deus no coração
Hoje pude compreender o ritual que ele seguia E porque me convencia nos invernos tão gelados Bem como diz o ditado, o anjo é mesmo criança! Mas que precisa a importância de um Tio João no costado