Cristina Branco

Vida Triste

Cristina Branco




Vida triste


Condenado a viver triste
É sina de quem muito ama.
Nunca tu, meu coração, resististe
Ao amor que a dor inflama.

Mais uma vez meu torturado coração
Buscou abrigo no teu peito, inutilmente;
NĂŁo hĂĄ quem lhe console a sede ardente
Nem ele se farta das delĂ­cias da paixĂŁo.

E sempre, para qualquer acto,
HĂĄ que pagar com o sofrimento,
AtĂ© que a doçura do Ășltimo tacto
Acabe por morrer num lamento.

Por mais que os corpos se enlacem
Um dia tudo passa e sĂł fica a solidĂŁo.
Haverå porventura alguém
que mate o fogo de tĂŁo maldita paixĂŁo?
Eu sei que amar Ă© pecado
Por isso também a mim o céu castigou
Fiquei pra vida amarrado
A quem sempre me enganou

Jamais o amor me faltou
Com ternuras e afagos
Mas libertar meus anseios,
Nunca de tal se lembrou.

E sempre, para qualquer acto,
HĂĄ que pagar com o sofrimento
AtĂ© que a doçura do Ășltimo tacto
Acabe por morrer num lamento.

Por mais que os corpos se enlacem,
Um dia tudo passa e sĂł fica a solidĂŁo.
Haverå alguém capaz de matar
O fogo de tĂŁo maldita paixĂŁo?


Compositor: (j.slauerhoff - CustĂłdio Castelo)

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