Dayse Addario
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Olhos Negros

Dayse Addario


Uma voz anuncia
Outra voz alicia
Quanta maldição
Tanta compaixão
Que a má sorte abandone essa casa
Que a dor estenda as suas asas
Num vôo de solidão
Teço o calor no asfalto
Cozinho meus pés
Tiro os sapatos
Viro o coração num fogo de viés
Deixo a minha impressão
N´algum out-door
Com todas as letras
“É proibido o amor”
O fluxo das lágrimas
O ruído das máquinas
Agregam olhares
Em poeiras
Em tralhas
E traças
E migalhas
Olhe-os
Óleos
Olhos negros do mundo
Atraco meu olhar
Do outro lado da rua
Rogo louco por chuva e por lua
Viso o sol como capricho
Cato lixo no teu lixo
Viro cinzas e fumaças
Molambos e garrafas
Molduras de argamassa
Um resto de paixão
Peço perdão e me castigo
Sou chuva e sou perigo
O arcanjo desse abismo
Tal qual um pecador
Arrependido de tanta ilusão


(Esses olhos - recitado )
“Meu coração
Se espalha estilhaçado de solidão
No quando vislumbro
Daquele out-door
Palavra de ordem
Amputando o amor
No meio da cidade
Ouvindo um blues
Uma voz
Outra voz
É o sol
É a chuva
No peito
Arrependido de tanta ...
...ilusão.

Olhos Negros – Partindo do princípio de que todos os seres humanos têm seus súbitos de sentimentos (que podemos relacionar com algo concreto – abstrato), não distanciados de uma realidade comum , assim como : alegria e medo ,visão e obscuridade ; certeza e amor. Todos contidos e expressados por quantos “olhos negros” !

Compositores: Jose Renato Oliveira Gusmao (Renato Gusmao), Emerson Jose Lobato Coelho (Ziza Padilha)
ECAD: Obra #252267 Fonograma #583508

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