Mano a vida é o que tu fazes dela Custa-me ver-te fechado dentro dessa cela Sabedoria é a chave da saída Dessa maldita viela para onde miséria nos guia
Para quê tantos trabalhos e preocupação Por sermos donos do mundo querem tirar-nos a criação Aspirações por uma vida mais humana A minha voz exprime o drama De varias gerações As nossas mães e avós Já tiraram da sua boca para nos dar a nós Dor e tristeza A sua maior riqueza eram as terras Que lhes foram retiradas através das décadas
Será uma maldição ou a religião que nos impede De querermos o melhor para nós, ter uma maior visão Somos os deuses na Terra E passamos meses à espera De um ordenado que só nos traz mais miséria Como é que pode ser, deixar de olhar o horizonte Começar a ver o sonho desvanecer Nem pensar vamos crescer, vingar, brilhar Justificar a presença neste lugar
Olho para ti sabes o que é que eu vejo? Vejo-me a mim reflectido num espelho Tenho flashes de memórias, milhares de histórias Algumas são alegres, outras melancólicas E o coração bate cada vez mais forte A cada rima que debito sinto o bafo da sorte Como recompensa desta intensa labuta Dura luta Com astuta perseverança Já te vi na miséria, vou-te ver na fartura Brindemos com o cálice da boa aventurança Amigo, já não consigo ver-te passar fome Com o microfone dou-te pérolas, mano come Pensa por ti, cuidado com a mente criminosa Há muitos manos que eu não quero ver na choça Porque essa merda é suicídio É mortífero como sexo com uma desconhecida Sem preservativo
Jovem mulher é melhor respeitares o corpo Tens o poder para gerar no interior um fruto Reinamos fortes com raízes mais profundas Para no futuro cultivarmos terras mais fecundas
Desde sempre nesta frente estou contigo podes crer A sinceridade nesta humilde cidade fez-nos crescer O que eu tenho a dizer é curto e passo a transcrever Uma breve história para que todos nos possam entender Santos, ontem via-te no recreio Hoje vejo-te às seis no passeio Em direcção àquela fábrica sem receio Quem diria que uma homem com um nato talento Tem que se sujeitar a uma rotina de merda Para manter no prato o sustento Primo eu acredito que o teu valor é infinito O meu amor por ti é genuíno e este disco é o nosso titulo Mano pina conseguimos mais um capitulo Uma caixa de surpresas juntos quebrando o ciclo da rima Tenho orgulho em ter-te como amigo em ter-te conhecido Uma das chaves para a porta do meu sexto sentido André contigo estará sempre algo positivo Mesmo quando o cenário é depressivo, extremo e fodido Sereno e imune a todo o tipo de veneno Do tempo que não rimavas Desconhecendo o talento que por dentro transportavas Nuno em resumo um dos mais criativos Mc’s portugueses a visitar os nosso ouvidos Estamos distantes por quilómetros mas continuamos unidos Tenho saudades dos velhos tempos e de todos os nosso amigos Dos dias de escola de outrora, e velhos ensaios semanais Centenas de instrumentais, milhares de versos reais