Seis horas da manhã me levando pro trabalho Jogo na barriga um pão com leite gelado Eu caminho pra parada pra pegar o ônibus Eu só vejo prostitutas e maconheiros “sem vergonhos”
Subo no “trampa” correndo perigo Pendurado na porta a cada curva é um risco Consigo chegar ao destino esperado Ao atravessar a rua quase sou atropelado - Filha da puta sai da frente que é você quem está errado - Filha da puta é você
Depois de quase atropelado continuei em frente Vi mais adiante uma “multidão de gente” Eu perguntei o que era. Era mais um acidente Nessa cidade violenta, cheio de crime e de gente incompetente
Naquele tumulto ninguém percebeu Mas um cara armado levou tudo que era meu Saí dali sem uma ruela no bolso Desapontado, furioso fui fazer o meu esforço
Na porta do trabalho meu patrão gritou - Ta atrasado! Eu respondi - Desculpa aí doutor. Fui assaltado. - Não tem desculpa não. Vou descontar do seu salário. - Doutor não faça isso, meu salário já é pouco Estou num grande sufoco, muita conta pra pagar Ainda tenho três bocas para alimentar - Que nada. Eu não to nem aí Você está fora da empresa, procure outro canto pra ir
Saí da empresa desesperado Sem nada na mão, sem nenhum trocado Essa é a vida de um pobre brasileiro Sou mais um desempregado