Alô, moçada, está chegando o mineiro Que não tem paradeiro e gosta de confusão Briga no tapa, telequete e pontapé Qualquer jeito que quiser pode vir que eu sou dos bons
Eu não sou gordo, sou até um magricelo Mas quando arranjo duelo fico todo ouriçado Onde eu passo o cano da minha bota Muitos viram cambalhota e ficam no chão prancheado
Ontem à noite eu cheguei numa vendinha Pinga, pimenta e farinha eu fiz a turma beber Pra tira gosto, dei besouro e mosquito Espetados num palito, todos teve que comer
Eu dei rasteira, derrubei eles no chão Dei também uns bofetões pra aprender me respeitar Sou bom de briga, sou o mineiro machão Vai morar embaixo do chão quem vier me enfrentar
Eu sou valente, sou bravo e perigoso Muitas vezes sou criminoso, o meu prazer é matar O meu Brasil de cada canto eu conheço Já virei leão do avesso, fiz onça me carinhar
Eu sou peitudo, sou forte e violento Muito mais que o pensamento falo e posso provar Sou valentão e comigo é assim Se alguém duvidar de mim, venha experimentar
Quero encontrar por esses dias com a morte Diz que ela é muito forte, comigo vai embaraçar Quero dar nela um empurrão e uma rasteira Jogar nela uma poeira, seu pescoço decepar
Eu sou mineiro me chamo barra pesada Meu braço é uma corrente, minha mão é cadeado Deu tudo errado, agora estou na prisão Acabou o valentão, estou preso e algemado
Compositores: Antonio Arthur de Oliveira (Delmon), Delfim Costa (Delmir) ECAD: Obra #1169356 Fonograma #33520290