O Mendigo

Sábios os passos de quem voa baixo
As folhas e palavras não se encaixam
As verdades inclusas no eu acho
As fontes o papel te enganam

Parecia colorido
Mas é preto e branco
Escondia a verdade de um manco
Que não se esconde da vida

Nem faz drama pra te ver comovida
Quer a barriga cheia
Mas o dialogo é vazio
Mesmo quando a lua reflete no rio
As flores não lhe são sinceras

Palavras vazias, humanos normais
Pobres nas ruas descansem em paz

As velas iluminaram, tão pouco
O meu quarto escuro pelo breu
Meu manto impresso
Não aquece a alma de quem vê

O canto apenas dos pássaros
Que estavam trancados nas gaiolas
São canções tristes,
Pois agora não sabem voar

Não podem nem se apaixonar
Por que banho não pode tomar
Perfume não tem pra usar
Suas palavras são feias
Não vão impressionar

Quando as lágrimas o chão tocar
O grito da dor de ver o sol se por
Vai atear fogo aos espíritos
Que não enxergam
A dor de quem não tem
O que comer