Eu sou aquele que planta na terra bruta Enfrentando a grande luta pelo sertão Sou aquele que semeia com esperança Trabalho com segurança e disposição
Sou aquele que respiro o romper do dia No cabo da ferramenta enfrento o calor Tiro o chapéu da cabeça e olho pro céu Com fé rogo proteção para o nosso Senhor
O dia vai terminando eu volto pro rancho Abraço mulher e filho e pego a viola Eu acendo o meu cachimbo e desfaço a mágoa Esperando novamente o romper da aurora
Deito o meu corpo cansado logo adormeço Ouvindo o rangir das palhas do meu colchão Sepulto o meu pensamento dentro da noite E sonho com a moçada num multirão
Na hora que o galo canta eu me levanto E faço o meu Pai Nosso e Ave Maria Vou pra bica, lavo a cara e vou pro roçado Espero muito contente outro fim de dia
Sou poeta, sou repente, sou lavrador A minha pele queimada é documento Pois cada homem do campo é um soldado Que não deixa faltar nunca nosso sustento
O dia vai terminando eu volto pro rancho Abraço mulher e filho e pego a viola Eu acendo o meu cachimbo e desfaço a mágoa Esperando novamente o romper da aurora
Compositores: Ranulfo Ramiro da Silva (Xavantinho), Ronaldo Carandina (Ronaldo Viola) ECAD: Obra #112572 Fonograma #7252