Eu vou contar uma estória esquisita Que não é nada bonita, que é até feia de contar É uma estória que alguém pode até achar graça Mas que foi uma desgraça que eu nem gosto de lembrar. Um certo dia terminada a colheita Bem vestido, barba feita fui passear lá na cidade Ir pra São Paulo capital do meu estado Foi o meu sonho encantado, sempre eu tive essa vontade.
Eu em São Paulo ia todo entusiasmado A olhar pra todo lado vendo coisas pra contar Quando uma loira de voz rouca e tão bonita Uma tal Maria Rita me chamou pra conversar. Ela me disse com uma voz rouca em meus ouvidos - Bem atenda o meu pedido, com você quero morar! Eu retruquei sou um caboclo religioso Só se eu for o seu esposo, só se a gente se casar.
Ela então disse que um segredo possuía E por isso não podia se casar, como pensei - Mesmo sabendo que não é coisa bonita Eu peguei Maria Rita e pro meu sítio levei. Em minha casa, mal a Rita foi entrando Toda a roupa foi tirando e o que eu vi que mal me fez Levei um susto quando eu vi o segredo E eu até corri de medo só voltei depois um mês.
Pois escutando no rádio, o jornal Um repórter policial explicou, eu entendi Aquela loira de voz rouca e tão bonita Nunca foi Maria Rita, era um tal de travesti!
Compositores: Osvaldo Franco (Dino Franco), Agildo Canedo Mielli (Agildo C. Mielli) ECAD: Obra #16721 Fonograma #575521