Divino e Donizete
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Casando Fugido

Divino e Donizete


Tenho o meu burrão de raça
Que é uma taça lá no meu retiro
Pra falar mesmo a verdade
Em qualquer cidade ele enfrenta tiro

Quando eu levanto meu braço
Ele espicha o passo e dá um suspiro
Meu burrão já está na história
Com tantas vitórias que até me admiro

Na cidade de Campinas
Tem uma menina, disse que me ama
Fui pedir a mão da moça
O velho vez força, quase que nós trama

A moça muito faceira
Sem fazer zoeira se jogou na cama
Garantiu pro meu amigo
De fugir comigo no burrão de fama

Chegando o dia marcado
Eu saí armado pra encontrar com ela
Mas como o prédio era baixo
Eu encostei o macho em sua janela

Quase que caí de susto
Quando eu vi o busto da linda donzela
Me veio no pensamento
Era o casamento em qualquer capela

Saímos cortando estrada
Já de madrugada no burrão ruano
O pai dela era um torpedo
Que até dava medo de ver o baiano

Eu fazia fé no trinta
Que eu tinha na cinta com um palmo de cano
Trinta balas na guaiaca
Dois palmos de faca que fazia dano

Bem antes de nós casá
Eu mandei soltar o burrão no pasto
Quando voltamos da igreja
Mandei vim cerveja da venda do Basto

Aí chegou o baiano
Que vinha bufando em cima do rastro
Confessou no meu ouvido
Casando fugido é menor o gasto

Compositores: Antonio Pires de Toledo (Nho Chico), Miguel Lopes Rodrigues (Piraci)
ECAD: Obra #15852 Fonograma #577746

Letra enviada por Pedro Paulo Mariano

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