Canção Agreste
Estou chegando de longe
Peço licença e me apresento
Só peço que não repare
Na singeleza das minhas vestes
Não sinto nenhum cansaço
Porque viajo a bordo do vento
E trago em minha bagagem
As coisas simples da vida agreste
Eu venho do pé da serra
Dos vilarejos dos verdes campos
Trazendo na voz serena
O doce murmúrio da cachoeira
Vim pelo clarão da lua
E pelo brilho dos pirilampos
Rimando trovas e versos
Na cor maior da nossa bandeira
Eu não tenho preconceito
Eu sou de quem me deseja, ê, ê, á
Eu sou a canção agreste
Sou a moda sertaneja
Eu sou a pureza rara
Rubi selvagem da açucena
Que nasce e cresce no lodo
Pra conservar a sua beleza
Que zomba da rosa branca
Pois tem orgulho de ser morena
Também porque foi nascida
No berço nobre da natureza
Sou a cantiga barrenta
Que nasce a beira dos carreadores
Tenho o ritmo tranquilo
Do passo lento de uma boiada
Meu verso é noite sem lua
Quando revelo falsos amores
Minha rima é flor que murcha
Na terra onde não sou cantada
Eu não tenho preconceito
Eu sou de quem me deseja, ê, ê, á
Eu sou a canção agreste
Sou a moda sertaneja
Compositores: Manoel Adao da Silva (Manoelito Nunes), Donizete de Souza Pinto (Amaral)
ECAD: Obra #3897586Ouça estações relacionadas a Donizeti Camargo no Vagalume.FM