A cor da minha pele Não te diz quem sou O meu cabelo crespo Não te diz quem sou O que eu visto no corpo Não te diz quem sou Quanto eu levo no bolso Não te diz quem sou Quem sou
Restos de um passado inesquecido eu sou Marcado pela mão branca do opressor estou Lutando em meio ao caos da ignorância vou viver
Restos do Pelourinho pesado e sofrido eu sou Marcado pelo açoite ao pé do tronco estou Lutando pela inserção nessa nação que não me vê
Restos do Quilombo perseguido eu sou Marcado pelo ardor da escravidão estou Lutando pela aprovação da pele preta sem ceder
Eu sou O choro Que chora a cor Linda cor eu sou
A cor da minha pele Não te diz quem sou O meu cabelo crespo Não te diz quem sou O que eu visto no corpo Não te diz quem sou Quanto eu levo no bolso Não te diz quem sou Quem sou
Basta exclusão, discriminação Racismo é um império sem chão Basta a anarquia e a hipocrisia Que a cor homogênea é padrão Tire a mão branca, gelada da frente Que eu quero passar com minha cor Tire o discurso pesado da boca Deus não te fez superior Tire as mazelas que trazes na alma Sua casca dissemina a dor Tire a ilusão da escravização O negro é o seu próprio senhor Eu sou Mandela, sou Luther King Sou Bob Marley, Zumbi Sou Rosa Parks, Elza Soares Eu luto pra não sucumbir Mentes fechadas, atrofiadas Buscando um antídoto a si Presas no escuro Em cima do muro Ferem alguém sem sentir Fora nazismo, racismo, fascismo O "ismo" é um grito no abismo Fora machismo, um podre modismo Eu quero cantar
A cor da minha pele Não te diz quem sou O meu cabelo crespo Não te diz quem sou O que eu visto no corpo Não te diz quem sou Quanto eu levo no bolso Não te diz quem sou Quem sou
Compositor: Douglas Figueiredo Campos ECAD: Obra #31371762 Fonograma #32169090