Meu samba não tem juramento Mas serve pra me confessar Meu samba não é de lamento É muito mais de atormentar Meu samba não porta bandeira Meu samba não é pra rezar Meu samba não serve pra roda Pra outro sambista cantar Meu samba tem sua maneira Meu samba é do jeito que dá
Meu samba não joga no ataque O Meu samba não sabe lançar Meu samba é de beira de campo De surdo de nylon e ganzá Meu samba é juiz na gaveta Pro time da casa ganhar Meu samba é o coro que come Se o time de fora virar Meu samba é reserva que aquece Faltando cinco pra acabar
Meu samba é quem manda na pena Eu escrevo o que o samba pensar Meu samba é o sarro que sobra Na hora que ele atravessar Meu samba é o cavaquinista Quando a corda sol estourar Meu samba é um golpe de vista Termina onde quer começar Meu samba é ruim da cabeça O meu samba até manda acatar
O meu samba não faz cerimônia O meu samba não pede pra entrar Meu samba é sem eira e nem beira Meu samba se ajeita onde está Meu samba não vale o que pesa Meu samba não pesa o que dá Meu samba é caminho sem volta E a volta é o mundo a girar Meu samba é o que jorra do braço Do talho que o aço cortar