Nasceu numa cabana, longe das esquinas De uma cidade que já era bem pequena Nem mesmo assim deixaram de tê-la por perto Toda sua dor já conhecia um rumo certo
Nem mesmo os sonhos a deixavam em paz Todo o remédio que lhe davam, já não satisfaz Tentava ser como os outros, apenas mais um Mas sua cabeça tava fora do Senso-Comum
Só falei o que pensei ao seu respeito (eu só não sei se foi direito) Falei o que pensei ao seu respeito
Matava aula para ver outras meninas Usava tudo que afetasse a consciência Enfiava o dedo só pra ver se dava choque Não via nada na TV que desse IBOPE
Usava sempre um belo fio-dental Nos finos lábios entre-abertos um veneno letal Unhas vermelhas tipo sangue sem chamar atenção Rasgavam tudo o que passasse por entre suas mãos
Só falei o que pensei ao seu respeito (eu só não sei se foi direito) Falei o que pensei ao seu respeito
Perdida e quieta no escuro do seu quarto Ela pensava em tudo o quanto tinha feito Sozinha achava não precisar de mais nada Só não sabia se assim tava direito
Ela me disse que isso tudo era bobagem Que ninguém mesmo tinha nada a ver com isso Dizia ainda que isso tudo era mentira E que não dependia mais de ninguém
Só falei o que pensei ao seu respeito (eu só não sei se foi direito) Falei o que pensei ao seu respeito
Compositor: Leonardo Silva de Carvalho (Marvet) ECAD: Obra #29089844 Fonograma #31186422