Resquícios de precipícios de saudades Que vem num rompante, instante qualquer E fazem brotar risos do nada Deixando meus contemporâneos passantes Curiosos, intrigados, sem entender Sabe quando você olha para algum lugar E se imagina lá há uns anos atrás Pensa no que você faria E percebe que repetiria tudo outra vez
Toda vez que lavo louça eu lembro dela E aquela paciência de trator Que ela sempre teve Fluida, intensa, viva, imensa Imersa em nós de saudosismo e espuma de sabão Toda vez que em mim ecoa essa voz rouca Penso que a minha boca não seria a mesma Mesmo depois que os nós e as lágrimas Cortassem os céus das loucas horas De demora, de espera do que nunca foi meu Fora da minha cabeça
Luminosas formas de dizer quaisquer besteiras Meras tolices verdadeiras Adormecidas maneiras de sentir profundamente Acordando de uma só vez E a carne a navalha Nada não vai, nada mais
Toda vez que lavo louça eu lembro dela E a paciência de trator que ela sempre teve Fluida, intensa, viva, imensa Imersa em nós de saudosismo e espuma de sabão Toda vez que calo o pensamento Pra sentir o impacto do mergulho E encontrar submersa, de novo A compreensão de que não há volta
Compositor: Eduardo Luiz de Paula Vieira (Du Txai) ECAD: Obra #13234887