Torci um sovéu, costurei a sobre-cincha, Três dias de chuva me enfurnaram no galpão, Desquinei tentos, látego novo “prá” cincha, Vendo a fumaça dançando sobre um tição.
Faxinei tudo e passei sebo nos laços, Trato e escova na bragada do patrão, Mas que saudade dos abraços da morena, É de dar pena tanta soga e solidão.
Se não estiar “vô puxá” o poncho nas costas, Ensebar as botas e sair que é um coronel, Molhado com ela é melhor que enxuto e só, Nas noites não vejo lua quem dirá então o mel.
Depois do passo que hoje só passo a nado, Cruzo no Florisnaldo se não desabar o céu, Sigo altaneiro que é só paixão na imagem, E co’a coragem embaixo da aba do chapéu.
Chegando lá não tenho tempo “prá” floreio, Atoro ao meio minha china co’a direita, A canhota trago bem junto do rosto, E até dá gosto agora “vê enche” as “valeta”.
A oito-baixos corcoveou na minha chegada, E o João Canário se arreganhou nesta hora, Eu gritei alto: - que se encharque o mundo velho! Gaita Canário! Que hoje eu danço de espora!
Compositores: Eder Rosa Goulart (Eder Goulart), Ramiro Amorim ECAD: Obra #5632271