Edmundo Rivero

El Choclo (tradução)

Edmundo Rivero


O milho


Com esse tango que é zombeteiro e compadrito

A ambição do meu subúrbio amarrou duas alas

Com este tango nasceu o tango, e como um grito

Ele deixou o bairro decadente procurando o céu

Feitiço estranho de um amor feito cadência

Isso abriu estradas sem nenhuma outra lei além da esperança

Mistura de raiva, dor, fé e ausências

Chorando na inocência de seu ritmo lúdico


Por seu milagre de notas sinistras

As paicas e grelas nasceram sem pensar

Lua nas poças, canyengue nos quadris

E um desejo feroz na forma de querer


Ao evocar você, querido tango

Eu sinto os ladrilhos de um bailongo tremerem

E eu ouço o resmungo do meu passado

Hoje eu não tenho mais minha mãe

Eu sinto que ele estende a mão para me beijar

Quando sua música nasce ao som de um bandoneon


Carancanfunfa foi para o mar com sua bandeira

E em um pernó ele misturou Paris com a ponte Alsina

Você foi compadre do gabião e da mina

E até mesmo comadre del bacán e la pebeta

Para você shusheta, cana, reo e mishiadura

As vozes foram feitas desde o nascimento com o seu destino

Massa de saias, querosene, chop e faca

Aquilo queimou nos cortiços e queimou em meu coração

El Choclo


Con este tango que es burlón y compadrito

Se ató dos alas la ambición de mi suburbio

Con este tango nació el tango, y como un grito

Salió del sórdido barrial buscando el cielo

Conjuro extraño de un amor hecho cadencia

Que abrió caminos sin más ley que la esperanza

Mezcla de rabia, de dolor, de fe y ausencias

Llorando en la inocencia de su ritmo juguetón


Por tu milagro de notas agoreras

Nacieron, sin pensarlo, las paicas y las grelas

Luna en los charcos, canyengue en las caderas

Y un ansia fiera en la manera de querer


Al evocarte, tango querido

Siento que tiemblan las baldosas de un bailongo

Y oigo el rezongo de mi pasado

Hoy, que no tengo más a mi madre

Siento que llega en punta de pie para besarme

Cuando tu canto nace al son de un bandoneón


Carancanfunfa se hizo al mar con tu bandera

Y en un pernó mezcló a París con puente alsina

Fuiste compadre del gavión y de la mina

Y hasta comadre del bacán y la pebeta

Por vos shusheta, cana, reo y mishiadura

Se hicieron voces al nacer con tu destino

¡Misa de faldas, querosén, tajo y cuchillo

Que ardió en los conventillos y ardió en mi corazón

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