Entrou no bar, sentiu a barra, imediatamente gritou CHOCANTE! CHOCANTE! CHOCANTE!
Foi pro balcão, fez um ar chorão pediu um Dreher, virou de vez CHOCANTE! CHOCANTE! CHOCANTE!
Sentiu que melhorou Procurou uma mesa e sentou Pediu uma pinga e pensou CHOCANTE! CHOCANTE! CHOCANTE!
Ele virá? (Virá!) Ele virá? (Sim, virá!) Ele entrará, tenho certeza, não me crocodilará Eu não sou feia. (É sim!) Eu não sou má! (Talvez) Por que será então que ele não me adorara? É uma injustiça... (Ta aí, não acho não!) Será?
Então falou assim Com sua voz estranha Sua boca inchada e carmim... (Andava sempre assim) (É, lá na boate ela ta sempre torta!) Se ele viesse, eu iria lhe dar O que quisesse, no meio desse bar (Que absurdo!)
As horas e as bebidas foram consumidas De bela ficou feia, de boa ficou má· Ele não veio Ela pensou Já se sentindo meio expulsa daquele bar, se retirou Abriu a porta e já na rua olhou pra lua e de repente começou a uivar (Nossa!) UU (Chega! Que absurdo!)
É encontrada na madrugada, fechadona como um tatu Caidona na calçada, é recolhida pro DLU E numa chapante, e numa irritante e naquele instante gritou CHOCANTE! CHOCANTE! CHOCANTE!
CHOOCAANTEE!
Compositores: Eduardo Dusek, Luiz Carlos de Campos Goes (Luiz Carlos Goes) ECAD: Obra #72499 Fonograma #1755874