Sou filho da roça, caboclo matuto Mas eu sou astuto naquilo que faço Pra minha família eu dou o alento Garanto o sustento com as forças dos braços
De manhã à tarde enfrento a labuta Nessa grande luta não sinto cansaço Minhas mãos têm calos e são maltratadas E a pele queimada do sol e mormaço
Quando chega a noite admiro as estrelas E paro pra vê-las a brilhar no infinito Pego minha viola e canto pra lua Canção que cultua meus versos escritos
Tomo uma pinguinha que eu mesmo fiz E sinto feliz no meu mundo bonito Se algum pernilongo se atreve e ameaça Mato com a fumaça que sai do meu pito
A minha família, grande riqueza Com toda certeza é um presente do céu Minha residência é uma velha morada Nas eras passadas é meu mausoléu
É vendo a fauna com grande nobreza Da mãe natureza não quero ser réu Da camada de ozônio enfrento a parada Com as palhas trançadas deste meu chapéu
Eu sou um matuto que não tem diploma Mas divide e soma e não estudou Conhece a lua, mudança do tempo E segue o exemplo que Deus ensinou
Que nem a ovelha que morre e não berra Da nossa mãe terra eu sou defensor Eu cumpro a missão do Onipotente Irrigar a semente da paz e amor
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositor: Elias Jose da Silva (Eli Silva) ECAD: Obra #16787786 Fonograma #1761199