Eu entrei num restaurante pra tomar uma cerveja Quando um tipo que andeja encostou-se no balcão Apesar de maltrapilho pareceu-me inteligente E pediu humildemente uma batida de limão
Mas eu tive uma surpresa no copeiro mal criado Quis dinheiro adiantado para depois atender E o rapaz interiorano dando prova de humildade Satisfez uma vontade absurda no meu ver
O patrão que estava perto deu razão ao empregado Cabisbaixo e humilhado o mendigo se serviu Demonstrando crueldade o dono do restaurante De maneira arrogante resmungando prosseguiu
Eu de fato me aborreço com freguês pés de chinelo E pegando um para-belo exibiu depois guardou E o rapaz de olhar manso nada disse, mas sentiu Outra dose ele pediu, mas primeiro ele pagou
Trinta e dois dia de viagem É uma longa caminhada Aparecida do Norte Era o fim desta jornada
Nessa altura no recinto havia bastante gente Com pena do indigente que muito calmo falou Se eu estou sujo e rasgado é de tanto caminhar Porque preciso pagar alguém que me ajudou
Eu vi minha mãe doente de um mal quase sem cura E com essa desventura pressenti a fria morte Então a Deus fiz um pedido e o milagre foi tão lindo É por isso que vou indo à Aparecida do Norte
Concluindo essas palavras deixou bem claro a lição Para os dois deu um cartão com as suas iniciais Sou um forte criador de gado raça holandesa Além de outras riquezas que tenho em Minas Gerais
Pelo meu tipo de andante eu aqui fui maltratado Mas eu fico obrigado pela falta de atenção Os senhores dessa casa não souberam me atender Quando deveriam ter um pouco mais de educação
Compositores: Jose Dias Nunes (Tiao Carreiro), Osvaldo Franco (Dino Franco) ECAD: Obra #141009 Fonograma #402651