Eu voltei morar no sítio veja bem como é que é Estou vivendo distante dos filhos e da mulher Às vezes durmo na tulha do jeitinho que Deus quer Durmo em cima do algodão que colhi com muita fé... E o meu grande travesseiro que veio lá do terreiro, É um saco de café.
Voltar para a minha terra sempre foi minha vontade A decisão lá em casa me machucou de verdade Minha esposa e meus filhos ficaram lá na cidade Ninguém me acompanhou pra minha infelicidade... Mas eu não estou sozinho hoje aqui no meu cantinho, Mora eu e a saudade.
A família não deu valor pra quem viveu trabalhando Se eles têm hoje o que tem sou eu que estou deixando Nessa terra abençoada estou colhendo e plantando Aqui tenho quase tudo só a família está faltando... Estou vivendo na fartura, mas engolindo amargura, Desprezo está me matando.
Fiquei velho trabalhando posso dizer sem receio E criei todos os filhos até o caçula que veio Sofri como animal lá embaixo do arreio A ingratidão da família me retalhou pelo meio... Vivo longe do meu povo pra eles hoje é um estorvo, Quem um dia foi esteio.
Compositores: Moacyr dos Santos, Jose Plinio Trasferetti (Paraiso) ECAD: Obra #21115212 Fonograma #654137