Quando o meu astral está esquisito É lá no boteco do Benedito Que encho a cara e fico bonito E pra casa vou falando abobrinha
Mas ontem cheguei, a mulher já veio me ofendendo O trem ficou feio, eu fui dar um chute no seu joelho Ela disse, oi, eu perdi o galeio E caí de costas lá na cozinha
Ela disse, oi, eu me esborrachei Mas em seguidinha me levantei Mas pensei comigo, é dessa vez Que ela vai ver a viola em caco
Avancei de novo, mas não deu certo Ela saiu fora, eu passei direto E carquei a cara lá no concreto Não caiu telha e nem o teto Mas na parede fiz um buraco
Na parede eu fiquei entalado Levando chute por todo o lado Sobre a sogra e meus cunhados Quebraram em mim um montão de prato
Eu com a parede sobre o pescoço Berrava fino e gemia grosso E no fim daquele grande alvoroço O corpo inteiro tinha caroço E doía até a sola do sapato
No outro dia eu pedi o desquite A mulher falou, você não me irrite É bom que você não me facilite Cala essa boca e abaixa o rabo
E eu que conheço a minha mulher Sei que ela é dose pra jacaré Acho que é melhor eu deixar como é É melhor fazer o que ela quer Se não qualquer hora eu vou pros quiabo
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositores: Jose Dercidio dos Santos (Praense), Rui Rosario ECAD: Obra #40546 Fonograma #1762332