Quando eu me for eu quero um mundo menos trágico, Como espião também deixar meu rastro mágico. Voar e ver os prédios diminuindo... Lembrar dos que amei e dos que nunca vi sorrindo.
Que a fome não assole a espécie brevemente, Que haja sempre referência aos de antigamente. Pra não perder a raíz nesse caminho, Pois quando eu me for, eu sei que não irei sozinho.
Todo dia aos milhares que se vão, Que sejam luz na eternidade dos que ficarão. Dentro de um ciclo que infinitamente se renova, Escrevo aos vermes que me comerão na cova.
Não compreendo muitas coisas que eu vejo, Já quase realizei aquele antigo desejo. O que eu espero é que exista mais amor, Mesmo que demore e seja depois que eu me for.
Quando eu me for, quando eu me chamar saudade Não quero choro nem flores ou apelos à vaidade. Só quero ir com certeza do trabalho cumprido, E ver total clareza, tudo em seu lugar devido.
Que a justiça seja justiça e que ela seja feita, Que a verdade seja o caminho e a honestidade a receita. Eu espero dos que ficaram em respeito ao passado, Cada coisa tem seu tempo e seu significado.
Quando eu me for eu espero menos dor, Àqueles que fazem o que fazem por amor. Meu canto é de louvor à esses homens de fé, Que resistem e vivem a vida assim como ela é.
Eu espero muita coisa mas será que hei de ver, Será que algo que falei irá mesmo acontecer? Então antes que eu vá, quero eternizar O que essa possibilidade me fez tanto pensar...
Compositores: Marcos Koga (Pg), Pitzan da Silva Oliveira (Pitzan), Caio Pimenta Neri (Caio) ECAD: Obra #12597869