Cipó caboclo tá subindo na virola Chegou a hora do pinheiro balançar Sentir o cheiro do mato da imburana Descançar morrer de sono na sombra da barriguda De nada vale tanto esforço do meu canto Pra nosso espanto tanta mata haja vão matar Tal mata atlântica e a próxima amazônica Arvoredos seculares impossível replantar Que triste sina teve cedro nosso primo Desde menino que eu nem gosto de falar Depois de tanto sofrimento seu destino Virou tamborete mesa cadeira balcão de bar Quem por acaso ouviu falar da sucupira Parece até mentira que o jacarandá Antes de virar poltrona porta armário Morar no dicionário vida eterna milenar Quem hoje é vivo corre perigo E os inimigos do verde da sombra O ar que se respira E a clorofila das matas virgens Destruídas vao lembrar Que quando chegar a hora É certo que não demora Não chame Nossa Senhora Só quem pode nos salvar É caviúna, cerejeira, baraúna, Imbuia, pau-d'arco, solva, Juazeiro, jatobá, Gonçalo-alves, paraíba, itaúba, Louro, ipê, paracaúba, Peroba, massaranduba, Carvalho, mogno, canela, imbuzeiro, Catuaba, janaúba, aroeira, araribá, Pau-ferro, angico, amargoso, gameleira, Andiroba, copaíba, pau-brasil, jequitibá.
Enviada por Haroldo Marques de Sousa
Compositor: Jose Carlos Augusto Jatoba (Jatoba) ECAD: Obra #39077 Fonograma #3152239