- Quem é quem chega a estas horas que insiste a demora na porta a bater? bandidos vagam às escuras da noite à procura de quem mal fazer - abrí-me a porta ó senhora um instante é a demora só enquanto sossega o corcel que transporta-me através de tempos espaços e eras sem poder negar a animal condição medo ao fulgir do raio e o rugir feroz do trovão não temais pela donzela da alcova as janelas travadas estão o perigo é a descrença e o inimigo avança num mundo em falência abrí-me senhora porta ou consciência não ouves cá fora o rugir do trovão? - buscam na noite os morcegos sem trégua e sossego o sangue a volar em forma de anjo os demônios com ardis mais medonhos nos tentam enganar - saí de vossos cuidados por armas não porto nem punhais nem dardos letais só a espada de luz a palavra do Sagrado Mestre que vos acalenta em vossas aflições que bane a insegurança respondo a paz nos corações - mesmo em face à tempestade é uma temeridade vos a porta abrir vejo a tormenta já é finda no vadis ainda mais eu quero ouvir - eis que é cessada a procela vou indo embora ao lume da estrela meu nome? Se importa assenteis nos livros de anais desta Casa quem em noite varrida negastes guarida aos guardiões da vida a Fé e a Esperança e a própria Caridade