Aos poucos vão indo embora As coisas que eu mais gostava Quando morreu meu cavalo Por certo deus descansava
Era uma tarde de outubro Um silencio de sol por Um vento nas madressilvas Ventava anúncios de dor No céu azul do potreiro A corvada em vôos rasos Trazia garras de morte mas a gente nem fez caso
Quando a manha veio cedo na recolhida pra encilha Faltava um baio cebruno na forma da minha tropilha Um peão com olhos baixos de freio e mango na mão Me disse com dor na alma morreu seu baio patrão
AS CRINAS ENTRE AS MACEGAS CARDAVAM TEIAS DE ARANHA QUE A MANHA AINDA AGORA TINHA POSTO NA CAMPANHA E OS OLHOS DO MEU CAVALO QUE A POUCO NÃO VIAM NADA JÁ TINHAM GANHADO O CÉU, PELAS GARRAS DA CORVADA
Ficou um silencio largo talvez faltando um relincho Só um choro pelo arame pelo cantar dos pelinchos Olhando o baio estendido pensei bem quieto comigo Isso não é coisa parcero que se faça com um amigo
Coisa triste de se ver um amigo desse jeito Ontem mesmo lhe apertei a cincha no osso do peito E hoje lhe vejo assim posto em partida sem viço Se deus bem sabe o que faz não tava sabendo disso
Se vai embora meu baio o pingo que eu mais gostava Quando morreu meu cavalo por certo deus descansava
Compositores: Paulo Henrique Teixeira de Souza (Gujo Teixeira), Cristian Duarte Camargo (Cristian Camargo) ECAD: Obra #2623108 Fonograma #1335616