A cada som me cobro por mais sabedoria Mas nesse mundo sem sentido, porque minha música faria? Seria muita utopia viver de poesia Num país, onde pra cada 3 farmácias que abre fecha uma livraria? Veja bem cada um tem o seu próprio pain killer Farmacêuticos também são drug dealers E o que a gente tem cantado no rap, influencia os moleque Armas mataram Big e Pac, drogas Mac Miller! Será que é nosso carma, droga, festa, arma De um lado a biqueira do outro a extrafarma Sera que a rima é o fim da linha, um tiro na boca Ou será que no fim da minha, te tiro da boca? Acorda Brazza, o fim do mundo se aproxima E você achando que pode salva-lo na próxima rima? Quando faz o Mic check, tá atrás de like e cheque Enquanto chega na sua casa mais um Nike Pack? Ah, tô pouco me lixando Vejo vários num importado que tão pouco se importando O rap bem na foto pra você é uma selfie? Se preocupa tanto com o hype que nem escuta quando o gueto grita help?
Joguem as mãos para o céu e as armas no chão Mira o papel e acerta bem no coração Só o que eu tenho é uma chance e uma rima Eu não posso falhar na missão, não Mira o papel e acerta bem no coração
Disseram pra eu me jogar, só vejo prédios Peço ajuda e ao invés de abraços, me receitam remédios E ninguém imagina que por trás da cortina a angústia me domina É foda, like vicia mais que cocaína Calma, não deixe que isso te cegue Foda-se quem te segue, você faz poesia ou cê faz pose Seguidores não querem dizer nada irmão Hitler tinha milhões, Jesus só tinha doze Ainda assim ele foi traído Isso só mostra o quanto a gente tá iludido E quanto nada disso faz sentido Essa multidão semeia solidão Nossa felicidade depende da opinião de um desconhecido? Te aconselho a ficar offline A revolução não vai aparecer na sua time line Eles não tão falando do som do Jay-z, nem tão atrás de táxi Quando eles dizem que só querem 99 O que adianta um rap de punchline Se eu não tiver fé que a rhyme vai livrar os moleque da Tec-9 Quantos morrem todo ano, na mira do cano copiando os americano Até Suzano virou Columbine Eu vi com meus próprios olhos O Hip-Hop transformar moleques em centauros Armados, mais sem Tauros Sabota trocou a arma pelo mic Mas ainda precisamos de mais uns cem Mauros
Joguem as mãos para o céu e as armas no chão Mira o papel e acerta bem no coração Só o que eu tenho é uma chance e uma rima Eu não posso falhar na missão, não Mira o papel e acerta bem no coração
Talvez eu minta até me convencer Talvez um dia eu sinta que é verdade Talvez o sofrimento seja hereditário Talvez seja só vaidade Talvez a vida tenha seus motivos Talvez os meus motivos não tiveram vida Talvez a saída mais fácil se tornou a única por não enxergarmos saída Brazza, eu prometi pra mim que faria meu tempo Mas veja eu sou um grão Fiz da ampulheta templo, talvez a incerteza é chão E a natureza sample Talvez o destino de um homem Esteja na balança entre seus erros e honras Talvez o mundo te faça ninho de cobranças E os ciclos meras lembranças Talvez de fato, exista apenas um caminho E o caminhar que nos confunde Ou talvez nada exista e a confusão inspire Algo que o talvez aprofunde
Joguem as mãos para o céu e as armas no chão Mira o papel e acerta bem no coração Só o que eu tenho é uma chance e uma rima Eu não posso falhar na missão, não Mira o papel e acerta bem no coração
Compositores: Santclair Araujo Alves de Souza (Sant), Fabio Reboucas de Azeredo (Fabio Brazza), Caio Barbosa de Paiva (Paiva) ECAD: Obra #22785286 Fonograma #18885170