Eu vô bebê Eu vô me embriagá Eu vô fazê barulho Pra polícia me pegá
No botequim da esquina No fundo do meu copo No oco eu coloco Cachaça e coca-cola
E tudo vai rodando Eu saio serpentina Da mão da colombina Vou me enroscar na antena
Vou batucando
Tudo tudo o que me vem no ouvido Mas eu não uso fantasia de bamba Só porque o samba tá sapucaído Ok, aceito o argumento
Mas a rapaziada quer voltar pra Lapa Botar chapéu de palha e paletó de linho Eu vou tirar meu bloco da avenida Cansei de tocar surdo e gente endurecida
Em 1958, quando um grupo desses moços da zona sul resolveu romper definitivamente com a herança do samba popular, para modificar o que lhe restava de original, ou seja, o próprio ritmo
O compositor Paulinho da Viola, originalmente ligado às camadas populares deformaria um samba do compositor do povo Nelson Cavaquinho ao gravá-lo com arranjo calcado em experiências do músico de jazz Miles Davis
A alienação voltou sob o império do rock
As camadas mais humildes continuavam a bater vigorosamente por todo o país os seus bombos no compasso tradicional do 2 4, à espera de sua vez na História, talvez no século XXI
Ai, ai, ai Deixa as mágoas para trás ô rapaz Ai, ai, ai
Compositor: Marcelo Costa Segreto (Marcelo Segreto) ECAD: Obra #6450267 Fonograma #2736537