Flávio José
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Pobre Matuto

Flávio José

Seu Olhar Não Mente


Braúna florou
Meu deus o verão chegou
Volto do roçado
Pensando triste de ver
O chão tão enxuto
E eu um pobre matuto
Que do céu suplica um fruto
Pedindo pra chover
No chão vejo as cinzas
Da fogueira de são joão
E eu cheio de precisão
Sou cinzas também são joão

Feijão na fulo ficou
Milho penduou, murchou
Minha terra esturricou
Nada vou colher

Volto do roçado
E em casa eu vou descansar
Sento na soleira da porta
E os pés vou lavar
Já tá tudo escuro
E eu pobre matuto
Que nunca teve um estudo
Nem mesmo o bê-á-bá
Acendo um candeeiro pra ver
Meus filhos direito
São dez, tem até de peito
Tem nada, deus vai criar

Deus é bom demais, que até
Dez filhos me deu, e mais
Um amor que dá pra mais
Outros dez nascer

Compositor: Janduhy Finizola da Cunha (Janduhy Finizola)
ECAD: Obra #30326085 Fonograma #615727

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