"Eu saí pela fronteira Ver negócios de importância Que é pra ver se me ajustava De capataz de uma estância Cheguei lá, e me ajustei Onde havia uma potrada Onde tinha um bagual baio Respeitado da peonada Baio da venda rasgada Carunchado nos comilhos Foi o que mais me agradou Para sentar o meu lombilho Pra encilhar o venta rasgada Custou uma barbaridade Baixou a cabeça na estância E foi levantar na cidade Da estância para a cidade Regulava légua e meia E onde o baio se acalmou Foi na venda do Gouvêa E eu apeei lá no Gouvêa Pra tomar um trago de vinho Depois belisquei o baio Desde a marca inté o focinho Este baio corcoveava Mesmo que boi tafoneiro Pois já estava acostumado A corcovear o dia inteiro Bombeei pra um oitão dum rancho Vi uma prenda me espiando O baio não via nada E continuava corcoveando Menina, minha menina Me agarra, senão eu caio Que eu já venho sufocado Com o balanço deste baio Uma espora sem roseta E a outra sem papagaio Se as duas estivessem boas ¿O que seria deste baio? Quase arrebentei o pulso E as duas canas do braço Deixei o baio bordado De tanta espora e mangaço Um dia deixei a estância E fui cumprir minha sina Mas o baio ficou manso Inté pro selim de china"
(Raquel Perret)
Compositores: Jayme Caetano Braun, Noel Fabricio da Silva (Noel Guarany) ECAD: Obra #89968 Fonograma #1717108