Eu sou uma grande menina Sou uma mulher e tanto Eu não vou cair em pranto Por coisa tão pequenina
Disfarça no dedilhado Que esse verso tão maroto
Olha só a cara do roto Falando do esfarrapado
Pra quem quer tirar um côco Você começou errado É é o estrangeiro engasgado Com a pamonha do cabloco É é o destro atrapalhado Com a viola do canhoto Olha só a cara do roto Falando do esfarrapado
Olha só a cara do roto Falando do esfarrapado Pode ser que noutro porto Você seja cortejado Mas aqui no meu reinado Você é um peixe morto Vai arrebanhar seu gado Se organize meu garoto Olha só a cara do roto Falando do esfarrapado
Olha só a cara do roto Falando do esfarrapado
Você tá falando torto Porque anda despeitado Tá com uma inveja danada De me ver nesse conforto Passe bem, muito obrigado Que eu já tenho outro broto Olha só a cara do roto Falando do esfarrapado
Olha só a cara do roto Falando do esfarrapado
Você está ficando moco Presunçoso e perturbado Eu lhe conto o meu ditado Se quiser fique com o troco Pras ladeiras do meu lado Eu escolho o meu piloto Olha só a cara do roto Falando do esfarrapado
Olha só a cara do roto Falando do esfarrapado
Você fala mas seu rosto Tá ditando outro ditado Vê se chega pro outro lado Se não quer ter um desgosto Se ocê não tomar cuidado Vai ter um filho de Bôto
Olha só a cara do roto Falando do esfarrapado
Olha só a cara do roto Falando do esfarrapado
Já amei que nem um louco Também sofri um bocado
Quem esteve apaixonado Já provou de tudo um pouco
Olha só a cara do roto Falando do esfarrapado
Já mandei o meu recado Quem quiser que mande outro
Olha só a cara do roto Falando do esfarrapado
Compositores: Francisco Buarque de Hollanda (Chico Buarque), Francis Victor Walter Hime (Francis Hime) ECAD: Obra #13101482 Fonograma #43221031