Entregue à própria sorte, nessa selva, onde a lei é a do mais forte, indefeso, carregando todo o peso O homem não consegue suportar Não sabe como lidar com a vida que a vida lhe dá Está de mãos e pés atados, incapacitado de fazer o que é capaz Jaz morto-vivo no mundo Reduzido a vagabundo Sem poder sorrir, sem poder sonhar, sem poder, Sempre no mesmo lugar Sem trabalho, sem sustento, sem moral Rendido, ao relento, feito um animal "Eu vejo que ele berra, eu vejo que ele sangra A dor que tem no peito, pois ama e ama... Não dá pra ser feliz, não dá pra ser feliz..." O destino testa a sua paciência Instigando o seu instinto de sobrevivência Vergonha, estresse, medo Engolindo seco, respirando azedo O bicho-homem atrás de migalha O homem-máquina precisando de batalha Desativado, vivendo de favor Lutador que não pode jogar a toalha Tentando manter sua dignidade À procura de uma oportunidade Na guerra contra o tempo tá ficando tarde Inocente cumpre pena num sistema covarde "Guerreiros são pessoas tão fortes, tão frágeis Guerreiros são meninos no fundo do peito... Não dá pra ser feliz, não dá pra ser feliz..." O homem, bicho, domesticado, se vê desesperado se vê sua ração no mercado Mas não pode pagar E vê sua razão sem saber o que falar E a necessidade lhe dizendo pra comer Custe o que custar: matar, morrer... "O homem também chora..." O homem não é fera Foi jogado fora Foi violentado em seu direito de viver Vive sem vontade, morre sem saber Perde o equilíbrio, cai Se destrói E o mundo se distrai O mundo se desfaz com tanta disputa E faz que não escuta A sua voz que diz: "O que será que eu fiz? Só tenho cicatriz Não dá pra ser feliz" "O homem se humilha se castram seus sonhos Seu sonho é sua vida e vida é trabalho E sem o seu trabalho o homem não tem honra E sem a sua honra, se morre, se mata Não dá pra ser feliz, não dá pra ser feliz..."
Compositores: Andre Luiz Vaz Gomes (Andre Gomes), Gabriel Contino (Gabriel O Pensador), Luiz Gonzaga do Nascimento Junior (Gonzaguinha), Ana Celia Pereira Batalha Lima (Ana Celia Lima), Tiago de Oliveira Baltar da Rocha (Tiago Mocoto) ECAD: Obra #168049 Fonograma #44162