Que o negro Jorge morreu se soube por noticiário Que apenas contou do fim, sem tempo pra comentários Assunto pra mais de mês, na boca do “vizindário”!
Nem pode lavar o mate Ao ver as águas subindo Saltou em pelo na baia No amanhecer de domingo. Sabia que a “éguada” mansa Ficara ilhada na costa Não se mede sacrifício Pra aquilo que a gente gosta!
Negro Jorge era vaqueano Das cheias de galho a galho Mas uma zaina gaviona Ponteou buscando um atalho. A correnteza é um mistério Parece um tiro de laço Por isso que não assusta Quem tem confiança no braço.
Não é que a baia resvala Já quase subindo a taipa Depois de bandear o rio Feitio de fole de gaita. O posteiro que ajudava Atropelou pra barranca “Inda” viu a mão do negro Sumindo na espuma branca.
Uma baia cabos negros Saiu “solita” do rio O chapéu acharam logo E o mango nunca se viu. O poncho que escorou águas Agora se vai com elas E os olhos que se emalaram Emprestam lume pras velas.
Ficaram dois ovelheiros Uivando em frente da ilha Nem mesmo a noite de chuva Quebrou aquela vigília. Será que ouviram o negro Talvez pedissem socorro É norma de tempo e vida O dono “perdê” os cachorros!
Compositores: Jose Carlos Batista de Deus, Joao Bosco Aiala Rodriguez (Joao Bosco Ayala), Eduardo Rodrigues Munoz (Eduardo Munoz) ECAD: Obra #2684063 Fonograma #2124515