Da minha janela contemplo a cidade da minha ilusão, procuro no escuro da noite uma pista, uma explicação. Nem mesmo o barulho dos carros que passam parece abafar o cortante ardor do meu coração que parece pulsar sem pulsar, que parece pulsar sem pulsar.
A minha janela é uma espécie de tela, de televisão um rosto querido me olha, eu choro, eu perco o chão. já deve ser mais de onze horas, meu Deus, eu preciso deitar e anestesiar este coração que parece pulsar por pulsar, que parece pulsar por pulsar.
Cansado, cansado, gemendo, gemendo, murchando, murchando, como murcha mesmo a mais linda flor.
E agora eu me vejo Mudado, sofrendo um bocado, Morrendo de dor.
Era uma outra janela e cenário, uma outra visão: o sol surgindo dourado por cima da plantação, os bichos, a gente acordando, a fazenda, e a noite se vai... tudo isso volta ao meu coração que parece pulsar por meu pai, que parece pulsar por meu pai.
Cansado, cansado, gemendo, gemendo, murchando, murchando, como murcha mesmo a mais linda flor.
E agora eu me vejo Mudado, sofrendo um bocado, Morrendo de dor.