O sonho mais belo que tive em criança Foi ser algum dia um compositor Louvar em meus versos o verde da mata O canto da ponte, o orvalho na flor Com 14 anos deixei minha terra E quase que a mágoa me mata de dor Morei em palácio, em rancho de palha Comi em banquete, vivi de migalha Mas o itinerário de Deus nunca falha Na grande batalha eu fui vencedor
Fiz grandes amigos em minha jornada Sem ter preconceito de raça ou de cor Fui incentivado em várias escalas De mão de lixeiro a governador Sou grato por tudo mas não vaidoso As coisas da mente só tem um autor Tal qual a aragem que ondula a campina A onda serena que acalma e ensina Embora imperfeito a mim ilumina A Graça Divina do Meu Criador
Às vezes perguntam aos meus companheiros Do grau de cultura que sou portador Não faço campanha em meu benefício Pra mim a modéstia tem muito valor Sou filho dileto da simplicidade Adoro a vida do interior Viajo na escala do meu carrossel De trem ou de bonde, opala ou corcel E a minha cidade sou sempre fiel Por Coromandel eu morro de amor
Na força sublime dos meus protetores Conquisto amizades por onde eu for Caminho tranquilo não temo a inveja Quem não é maldoso não guarda rancor Cultura não muda a alma da gente Das coisas mais simples serei defensor Os reis da intriga e as imperatrizes Que se equilibrem nos próprios deslises Se livrem das peles de falsos juízes E sejam felizes na Paz do Senhor
Compositor: Gerson Coutinho da Silva (Goia) ECAD: Obra #2002595