As paredes do quarto ainda derramam As histórias de um tempo que o vento levou Sobre o corpo de um homem deitado na cama Olhar preso no teto buscando uma chama Pois na sua cabeça a lembrança da festa É o fogo que resta no seu coração E ele espera o boa noite e o beijo Pra poder dormir santo, salvo e são
E amanhã de manhã vai pedir um bom-dia Pra ele se olhando no espelho Vai sair sem ouvir o conselho Pra tomar cuidado e não se aborrecer Vai ligar do trabalho e sentir O telefone tocando, chamando, clamando Vai sair da batalha e se impacientar Pois está mais depressa em casa Querendo chegar Mais vai se perguntar: vou chegar Mas aonde, por que, pra quem e pra quê? Se eu não tenho hora e sem hora (senhora) Não dar mais pra viver
Sobe no elevador com a chave na mão E lhe bate no peito dolorosa emoção Abre a porta e nada de nada A não ser o botão de uma blusa Jogado no chão
E parado no meio da sala As perguntam lhe assaltam e ele se revela Não vai ser tudo muito mais fácil Sem ela como eu pensei (bem sei) Sem aquela, sem trela, sem querelas Eu não tenho paz Não é filme, é fato, é vida E sem a moça, como é que se faz
Vai olhar as paredes do quarto E sonhar as histórias que a vida levou Vai apagar a luz E chorar Como nunca Um homem De sua vivência Chorou.
Compositor: Luiz Gonzaga do Nascimento Junior (Gonzaguinha) ECAD: Obra #16153 Fonograma #457042