Veio junto com a potrada, Comprado lá na fronteira Junto com outra manada Foi pra estância das porteiras Um baio crina de seda Aporreado já de fama Me falou o capataz Este cavalo rapaz Fez muito peão comer grama
E o baio crina de seda Troteava me provocando Trocava orelha e bufava Galopava veaqueando Nas pata ele trovejava Com a cola embandeirada E as crina branca abanando
Apartei ele pra um lado Reboliei a boleadeira Pé de amigo apresilhado Trouxe o baio pra tronqueira Quem vai se entregar primeiro Quem fica pra contar a historia Sempre fui um peão teimoso Vi que o baio era tinhoso E bacho o toso campo a fora
E o baio crina......
Mas te conto meu parceiro Da morte me veio a imagem Naquele despenhadeiro Arriscar não é coragem Credo em cruz Deus me defenda Coisa igual nunca se viu Nem o ar e nem o chão Só parou o redomão Lá na barranca do rio
E o baio crina.....
Por certo também pensou De que vale este cinismo Quando de cepo bancou Em riba daquele abismo Golpeei numa rédea só E virou nas duas patas Acalmou e foi embora E eu já com um pé-de-espora E o cabo da chibata
Pra domar eu tenho jeito Faço a marca e dito a lei Amancei ele a preceito Só um segredo deixei Meu baio tem compreenção Linda estampa e diciplina Me obedece quando eu falo E o crina de ceda baio Só da garupa pra china
Compositor: Graciolino Pessoa da Silva (Gracio Pessoa) ECAD: Obra #5632368 Fonograma #530477