Me aprumando pro retoço (Nico Fagundes e Gaúcho Pachola)
Eu botei bota nas duas patas de baixo Manotiei o barbicacho e botei talco nos chulé Grosei as unhas emparelhando a frachada Pra que as bota ensebada me cabecem bem nos pés Eu tenho medo de pisar em pé de moça De quebrar alguma loca de fazer algum rasgão Quando me largo não tem chão que me sacuda Naquele Deus nos acuda bem no meio do salão
E agora sim ninguém vai me prende o grito Nunca estive tão bonito num fandango assim tão fino Sei que me chamam de galdério meio grosso Por que eu solto do caroço e me encomendo pra o destino
Gosto de dança só que eu ando destreinado Sempre esqueço pra que lado me atiro num vanerão Se é pras esquerda já me largo tropicando Se alguém vem me atropelando é porque eu to na contramão Suo nas mãos passo breu que me defenda De rasga roupa de prenda tão bonita e delicada E nas melenas eu já passei graxa de pata No xucrismo que retrata minha terra abagualada
Que coisa linda é um fandango de campanha Onde a chinoca se açanha ate o Chico vir debaixo A canha é boa num cantil feito de guampa Que combina com a estampa de qualquer gaúcho macho No fim do baile to com os calo arrebentando Passei a noite dançando e quem paga a dor é o pé Mas não tem nada volto embora galopando Outro sábado esperando em sentir cheiro de mulher
Compositores: Antonio Augusto da Silva Fagundes (Antonio Augusto Fagundes), Cizoni Izair Dal Ri Filho (Gaucho Pachola) ECAD: Obra #2363664 Fonograma #1285909