Eu pensava que cantar fosse tudo e que me desse pra vida solução, que os caminhos da vida não fossem me trazer desilusão.
Mas o pó da estrada me ensinou, que cantar era só uma estação, que os caminhos por si só, não me levam, nem só rosas florescem nos teus vãos.
Eu pensava que tudo fosse eterno, como eterno é o universo,o bem, o mal. Que aquilo que é bom, nunca se acaba, tende sempre a durar no coração. Mas, a mulher que eu amava, abandonei na beira da estrada a me esperar e cantar não é mais a solução, nem só rosa encontrei pelos seus vãos.
Se a dor tomou conta do meu passo, se o compasso do meu canto se quebrou. Se meu canto não é de alegria, o sorriso cedeu lugar pra dor, canto a dor que a tristeza se aloja no meu peito, me faz um prosador. Vou-me embora levando a minha sina, vou-me embora deixando a minha dor.
Vou-me embora levando o meu cantar, vou-me embora deixando a minha flor.
Que vai brotando nas estradas cristalinas, que encontrei nas matutinas peregrinações No vai-e-vem das avenidas povoadas, paus-de-arara, na amazônia, canaviais, pelo interior do Brasil.
Compositor: Flavio Vezzoni (Moxuara) ECAD: Obra #35073057 Fonograma #47638009