Enquanto a terra morena Florescer sonhos e cardos E as tranças forem o rumo Dos buçais bem reforçados, Pra escorarem os tirões Dos baguais de primavera Então serei um dos poucos A não me tornar tapera.
Donde provém meu sustento é onde o baio relincha E o vento que venta norte Toreia o capim da quincha Eu sei meu mundo é pequeno Vai pouco além da invernada Mas sei que tem muito mundo Pra onde segue essa estrada.
O mundo que segue a estrada Eu muito pouco conheço Mas sei dos que aqui voltaram Que é um mundo do avesso Onde os sonhos valem pouco E a alma dos campeiros São escravas dos fantasmas Que lhe apartaram do arreio.
Refrão: E enquanto eu tiver meu baio E a força sustenta no braço De certo nao passo fome Como com a boca do laço Pois quando se abre no céu Armada depois rodilha Meu mundo fica por conta Só do botão da presilha.
Sou campo, terra e bem mais Do que eu possa desejar E um dia a terra morena Vem por certo nos cobrar Então serei só recuerdos Povoando sonhos e fatos E um semblante gaúcho Na palidez dos retratos.
Compositores: Paulo Henrique Teixeira de Souza (Gujo Teixeira), Marco Antonio Gotuzzo Antunes (Xiru Antunes), Gustavo Teixeira Veiga (Veiga) ECAD: Obra #279080