Como quem encilha um baio Pra lida certa do dia Que a madrugada anuncia No canto largo dos galos Uma milonga precisa Pra cantar as gauchadas De um apero bem trançado Arreio bueno e cola atada
Quando sento minhas garras No lombo do meu gateado Quatro-galho bem atado E uma pose pra retrato Bem estribado me abanco E desenho a minha estampa Vendo o mundo mais de cima Feito um centauro da pampa
Vem ladeirando a mangueira E o meu mango faz costado Nos quarto de um Colorado Que já dava pra o serviço Força, paciência e trabalho É desta lida meu pão E no ferro dos estribos Que eu tenho meus pés no chão
Pego na Lua minguante Pra amanunciar um tostado Bico-branco e bem sovado Dos pulsos puxando o queixo No tempo certo da lida Boto um bocal com rendilhas Quebro o cacho à cantagalo Pra dar a primeira encilha
Quando ajeito minha bragada E ato um nó de vassoura Nas crinas passo a tesoura Pra da um volteio no povo Me preparo bem no estilo Pra agradar alguma morena Fui criado na campanha E sei bem o que vale a pena
Trago no rumo dos ventos A sorte que me governa Mas quando enforquilho as pernas No lombo do meu lobuno Eu só desço quando eu quero Ou quando cansá as esporas Primeiro desato a cola Depois largo a campo fora
Compositores: Luis Rogerio Marenco Ferran (Luis Marenco), Paulo Henrique Teixeira de Souza (Gujo Teixeira) ECAD: Obra #201169 Fonograma #17424705