Quando você me pergunta se eu sou alienado Ao invés de minha amante vira meu adversário Me defende todo dia, toda noite contra-ataca Você diz que sabe tudo, agora não sabe nada, eu sei!
Eu sei que a máfia é careta quando negocia com Deus La mama extrema direita, o filho com grana é ateu O povo, o povo é otário, quando vota sem saber porque Em candidatos preparados pra um teatro, dirigido pelos donos da TV
E os burocratas com a fama de bacana Bancam bacanais com a cobiça e a ganância Os grandes banqueiros e o Cartel Industrial Sabem de tudo, eu sei!
Eu sei que a AIDS é foda, e a dengue e a malária urbana Uma veio do laboratório e a outra da poça de lama Tragédia, na realidade, é o planeta transformado num mangue Onde sempre os mais miseráveis pagam o pato com suor e sangue
E os inocentes vão ficar com toda culpa Como os anarquistas quem um dia foram a luta Todos em silêncio vão viver o absurdo De saber tudo, eu sei!
Eu sei que o vício da moda é o excesso de informação Enquanto o caos organiza a natureza, ecologia vira religião Será que está no futuro o sentido da contradição Que quer resolver o mundo na base de talento e paixão
E a intuição vai procurando novas leis Cada um por si, todos pela multidão Como se o ID desse ao Ego seu poder De saber tudo, eu sei!
Só sei que eu sei que nada sei Só sei que eu sei que sou
Compositores: Arnaldo Pires Brandao (Arnaldo Brandao), Luiz Octavio Paes de Oliveira (Tavinho Paes) ECAD: Obra #1023243 Fonograma #10138