Se eu boto meu remo no barco E, corajoso, parto pra dentro Do seu mar De cujo horizonte É além do que eu possa tentar Enxergar Correndo, ela vem me tentar Segurar e impedir Porém, volta frustrada Eu não desisto por nada Nada
Se, na tempestade Do alto oceano Naufrago nas ondas do seu mar Tão loucas e fortes Que eu não consigo evitar Naufragar Eu me ergo do alto do mastro E, num salto, eu mergulho e Abandono a jangada E agora a gente nada Nada
Se, nadando, eu passar Por uma das ilhas Paradisíacas do seu mar E esse paraíso por acaso Me convidar a ficar Ó meu bem Não que seja desdém Mas eu não quero Água de coco gelada Eu quero tudo ou nada Nada
Se eu nado ao redor Dos tesouros que ela Resguarda no fundo Do seu mar Tão misteriosos Que eu não consigo evitar Perguntar Quê que são? D'onde vêm? Pr'onde apontam meu bem? Ela me responde intimidada E me diz que não é nada Nada
E ao notar que essa Tempestade no mar Tem deixado Netuno A chorar Mesmo só marinheiro Um sorriso eu preciso Tentar lhe roubar Se essa lágrima rola Também por achar Entre nós um abismo de água Vê que podemos nadar Nadar
Trago aqui a melhor das notícias Não esquenta com isso Fique aliviada Entre nós não há nada Nada Nada